E-mails de Anthony Fauci reacendem debate sobre origem da Covid-19
Mais de 3 mil páginas de e-mails do médico e consultor da Casa Branca Anthony Fauci foram divulgadas nesta semana pelos portais americanos BuzzFeed e The Washington Post. As correspondências datadas de janeiro a junho de 2020 revelam diversas informações até então omitidas por Fauci.
O acesso aos e-mails foi concedido pelas autoridades com base na Lei de Liberdade de Informação dos Estados Unidos. Em um dos e-mails, Fauci faz contato com o virologista e imunologista chinês George Fu Gao, que pede desculpas por ter afirmado em uma entrevista que os Estados Unidos e outras nações ocidentais estavam cometendo um “grande erro” ao não obrigar as pessoas usarem máscaras. Os dois médicos seriam amigos de longa data.
Fauci também trocou e-mails com o globalista Bill Gates. O magnata tentava promover um “esforço global de vacinação” com o conselheiro da Casa Branca. Fauci disse estar “entusiasmado” com o avanço de uma abordagem colaborativa e “sinérgica” contra a Covid-19 em parceria com agências federais de saúde e a Fundação Bill e Melinda Gates. Anthony Fauci já havia afirmado ter um relacionamento de longa data com Gates e que conversavam a cada duas semanas, principalmente sobre como levar vacinas para o resto do mundo.
Outro e-mail que chama atenção foi enviado pelo pesquisador Peter Daszak, presidente da EcoHealth Alliance. A empresa financiou, com dinheiro do governo americano, as pesquisas sobre coronavírus no laboratório de Wuhan. O pesquisador agradece a Fauci por ajudar a promover a ideia de que o Sars-CoV-2 não teve origem do laboratório de Wuhan. Daszak também é o inspetor da Organização Mundial de Saúde (OMS) que afirmou que o vírus era de origem natural. “Eu gostaria de agradecer, em nome de nossa equipe e colaboradores, pela sua posição pública afirmando que a ciência apoia a origem natural para a Covid-19 […] e não uma produção laboratorial do Instituto de Virologia de Wuhan”, escreveu Daszak a Fauci em 18 de abril de 2020.
O assunto, tratado como uma grande revelação pela imprensa americana, foi tema de debates durante o Boletim da Noite dessa quarta-feira (2). O médico Alessandro Loiola ressaltou o e-mail em que Fauci põe em contradição a necessidade de uso de máscaras. Em 4 de fevereiro de 2020, Sylvia Burwell, ex-secretária de Saúde e Serviços Humanos de Barack Obama e atual presidente da American University em Washington DC, enviou um e-mail ao Dr. Anthony Fauci com uma pergunta. “Tony… Estou viajando para (…). As pessoas estão sugerindo que eu leve uma máscara para o aeroporto”, escreveu Burwell. “Isso é algo que eu deveria fazer?” Fauci respondeu no dia seguinte. “Sylvia: As máscaras são para as pessoas realmente infectadas, para evitar que espalhem a infecção para pessoas que não estão infectadas”, escreveu. O médico continuou, dizendo que a máscara típica que comprada em farmácias não é muito eficaz para impedir a entrada do vírus, que é pequeno o suficiente para passar pelo material. “Pode, entretanto, fornecer algum benefício em manter as gotículas grosseiras se alguém tossir ou espirrar em você. Eu não recomendo que você use uma máscara, especialmente porque você está indo para um local de risco muito baixo”, disse o consultor.
Voltando ao debate sobre se o Sars-CoV-2 saiu de laboratório ou teve origem natural, o Dr. Alessandro Loiola explica que são sete os tipos de coronavírus conhecidos. Quatro deles seriam inofensivos para seres humanos e três causariam doenças: o Sars-Cov-1, MERS-CoV, e Sars-CoV-2. “Existe essa teoria de que o vírus teve origem laboratorial. Recentemente, Luc Montagnier, um dos maiores pesquisadores e cientistas do mundo na área médica, veio a público sugerindo a origem produzida desse vírus. Curiosamente, em uma reportagem do Estadão que deve ter sido feita por um estagiário que nunca leu um livro de microbiologia, afirmou-se que Luc Montagnier estava errado. Agora, o próprio governo dos EUA ordenou uma força tarefa para avaliar oficialmente a origem do vírus”, disse.
Para Loiola, muito mais importante do que determinar de onde surgiu o vírus é cobrar do Partido Comunista Chinês. “Acredito que dentre as prioridades que temos agora, [a principal] é definir exatamente qual será a estratégia mais adequada para começar a salvar vidas ao invés de ficar vendendo vacinas e desacreditar médicos responsáveis que estão levando conhecimento científico verdadeiro”, afirmou.
O médico também teceu críticas aos gestores de saúde pública e ao Congresso. “São uma vergonha. Estão prejudicando a população e causando mortes desnecessárias. Quero saber quando esse pessoal vai pagar a conta”, pontuou.
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