Luana Araújo diz que não se pode questionar estudo que matou pacientes em Manaus
A médica infectologista Luana Araújo, durante depoimento à CPI da Covid-19, nessa quarta-feira (02), aparentemente defendeu o experimento médico que matou 11 pacientes em Manaus por superdosagem de cloroquina. Segundo a médica, o experimento médico “não pode ser questionado”.
Luana Araújo também disse não possuir conhecimento sobre os trabalhos dos médicos que utilizam o tratamento precoce contra o vírus chinês. A médica, no entanto, se baseou em pesquisas fraudulentas para sustentar a narrativa de que não existe “tratamento precoce eficaz”. A fala de que a pesquisa de Manaus “não pode ser questionada” ocorreu logo após a infectologista interromper o senador Luiz Carlos Heinze, que estava citando o caso das 11 mortes com uma overdose de cloroquina.
O estudo foi feito possivelmente para desacreditar o uso adequado do medicamento largamente propagandeado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro.
Conflito de interesse e vacinas
A secretária do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, em depoimento na semana passada, comentou sobre o estudo de Manaus a apontou para o possível conflito de interesses, reconhecido pela própria revista Nature, responsável pela publicação do artigo.
O conflito de interesses se deve ao fato de que ambos pesquisadores eram bolsistas de empresas fabricantes de vacinas, a Pfizer e Astrazeneca. Além disso, os benefícios financeiros de medicamentos como os usados para o tratamento precoce, são menores, o que faz com que estudos sobre eles não sejam desenvolvidos.
Ao comentar o caso, o médico Dr. Alessandro Loiola, durante o Boletim da Noite de quarta-feira (2), trouxe o seguinte texto: “Optamos por recomendar no tratamento dessa doença a hidroxicloroquina como primeira escolha. Os seus conhecidos efeitos anti-inflamatórios, e porque a hidroxicloroquina também tem potencial ação antiviral, sendo a droga mais segura comparada a outras a ser prescritas por não especialistas para essa doença. Os efeitos colaterais da hidroxicloroquina, um medicamento seguro, são principalmente distúrbios visuais e patológicos, nenhuma menção é feita em relação à hidroxicloroquina a risco de morte cardíaca”.
“Vocês têm ideia a que esse texto se refere? Refere-se às páginas 32 e 33 do Manual de Manejo Clínico para Pacientes com Chikungunya, elaborado pela Secretaria de Vigilância Sanitária e publicado em 2017 pelo Ministério da Saúde. Com base em uma meia dúzia de evidências científicas, em 2017 o Ministério da Saúde recomendava a hidroxicloroquina para a chikungunya. Mas agora, com um conjunto de mais de 250 evidências científicas positivas com relação à hidroxicloroquina, não vale para o Covid-19? Qual é o nível de canalhice de quem fala uma besteira dessa?”, questionou o médico.
“Outra coisa interessante é que vários municípios do estado de São Paulo estão declarando intensificação do lockdown. Mas um estudo realizado em Wuhan entre 14 de maio e 1 de junho de 2020 inclui mais de 9 milhões de pessoas, e avaliou 1100 portadores assintomáticos do vírus, e não encontrou um único teste positivo entre os contactantes desses portadores assintomáticos, ou seja, pessoas assintomáticas deveriam trabalhar e circular livremente”, acrescentou o Dr. Alessandro Loiola.
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